terça-feira, 13 de março de 2012

São seus olhos

À doce senhora
Seu olhar é o futuro
Orgulho lapidado
Em semelhança

Grande matriarca
Idênticos olhos
Memórias do passado
Visão do amanhã

Identidade partilhada
Nobre princípio
Árvore da vida
A qual pertences

Velho traço
Faz a gente
À moda antiga

Tal qual a velha cantiga
De ninar seus sonhos
Na voz dela
Gravado em sua mente

Constrói-se sólido
Molde invisível
Do jeito de observar

À eternidade
Ela arquiva
O segredo de seus olhos
Molecagens veladas
Registros de sua infância

Dela vem
Conselhos de berço
Tradição carregada no peito

O sutil olhar
que lhe zela.

Todo incentivo.
Na menor suspeita
de sua vitória

Olhos cúmplices
Incomensurável afeto
Que dobram a filha
Para satisfazer o neto

Diretriz que passa
Sua visão infalível
Um misto do vivido
E teimosia do tempo

O olhar torto
Para um que outro ponto
Que difere você
De todo gene

Espiado sorriso
De quem,vaidosa
Destorce o nariz
Em seus acertos
Ainda que já longe
Da indefectível ótica
Do olhar dela.

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